Especializado em Telecomunicações.
Natural de Barbacena onde nasceu em 24 de junho de 1972.
Filho de João Marcos Bergamini e Maria Luiza Grissi Bergamini.
UM AMIGO DO RÁDIO
Começou a gostar do ramo de eletricidade quando ainda criança, durante suas visitas constantes a um tio de seu pai, Carlito Discacciati, que era eletricista enrolador de motores elétricos, Se fascinava ao ver aquele emaranhado de peças e instrumentos elétricos.
Também gostava de ficar ouvindo o velho rádio valvulado que existia na casa de sua avó, senhora Maria Luiza Bertolla Bergamini que, acabou desmontando para ver como era por dentro; sem falar nas vezes que pedia para seu pai parar nos postos de polícia a fim de ver como funcionava o rádio de comunicações.
Seu apelido no grupo escolar era “rádio velho”.
Vendia ferro-velho para comprar as revistas de eletrônica de época de onde retirava idéias para a montagem de suas próprias emissoras de rádio.
AUTODIDATA
Autodidata, ganhou um curso de eletrônica por correspondência, de seu pai, aos 12 anos de idade.
Passava mais tempo nas oficinas de eletrônica da época, do que em casa, bem como visitava freqüentemente as nossas velhas e boas emissoras de rádio.
Formado em Eletrônica pela antiga Escola Técnica do Instituto Tenente Ferreira-Salesianos de Barbacena, MG.
Especializado, em Telecomunicações, pela Universidade de Brasília/UNB e Instituto Nacional de Telecomunicações/INATEL.
Possui cursos de extensão, em Telecomunicações, pela ROHDE & SCHWARZ do Brasil.
Instrutor de Formação Profissional do SENAI-Barbacena MG, na área de Elétrica.
Exerceu a função de:
Agente Público e Técnico de Telecomunicações junto a Agência Nacional de Telecomunicações-ANATEL.
Técnico de Telecomunicações, no departamento de controle de obras da CONSTRUTEL-Engenharia de Telecomunicações.
Soldado de 1ª classe, especialidade Eletrônica-Telecomunicações na Força Aérea Brasileira Escola Preparatória de Cadetes do AR.
Projeto: instalação, manutenção e consultoria de Telecomunicações-radiodifusão geral.
RADIOAMADOR (mini-entrevista)
João Ricardo Bergamini é Radioamador classe A, do Serviço de Radioamador [Indicativo PY4 TW]. Trabalha vários países do mundo e regiões do Brasil utilizando-se de código Morse (telegrafia), em sua estação de amador (localizada em sua residência).
Dedica-se também, a escuta de emissoras radiofônicas nas faixas de ondas largas, médias, tropicais e curtas.
João Ricardo Bergamini assevera que a importância dos radioamadores, em pleno século XXI, que seguem como base de comunicação eletrônica, principalmente quando falham os meios convencionais:
“...O avanço da tecnologia deve-se, principalmente, ao pioneirismo dos Radioamadores.
Desde os idos de 1900, trabalham no campo das pesquisas e experimentações sem interesse comercial, simplesmente pelo fascínio do mundo das telecomunicações.
Infelizmente uma boa parcela da sociedade, que já dependeu dos serviços de comunicações desses apaixonados pelo rádio em outras épocas, hoje marginalizados, como se fossem aparelhos de comunicação ou até mesmo bandidos.
A mídia contribui, e muito, para denegrir a imagem desses “cientistas anônimos e autodidatas” que já foram, inclusive, reservas especiais das Forças Armadas. Mas a realidade é outra.
Quem se informar verá que Radioamador (não confundir com o Termo PX ou Faixa Cidadão, que é outra modalidade de Serviço) é coisa séria. Estes vivem em plena harmonia com a tecnologia atual...”.
“...O Radioamadorismo está no “sangue”.
Só com o fascínio pelas telecomunicações conseguimos permanecer de pé. Quantas amizades criadas na frente de um aparelho que construímos...
Lembro-me dos convites que recebi para ingressar nas fileiras do radioamadorismo, incentivos de pessoas que, sem interesse, nos ajudaram na época de moleque.
Sim, aquele mesmo Radioamadorismo conhecido desde o tempo do antigo grupo escolar. E quanto respeito e admiração por aqueles que já partiram para o outro plano e que foram colegas do rádio.
Por aqueles que mantiveram contatos diários, aperfeiçoando a radio técnica.
Quanto que, já aposentados e reformados de sua antiga profissão de radiotelegrafistas, freqüentam assiduamente as faixas de amadores e continuam levando o Código Morse a fio em plena era digital. Quantas sólidas amizades feitas pelas ondas do rádio.
Não poderia de citar os colegas Radioamadores de Barbacena, grandes incentivadores:
Onélio Viol, PY4ONU.
Arthur, PY4JAF.
Victor, PY4KC.
Ronaldo Brandão, PY4BBC.
Heitor Boratto, PY4TO.
Moacir, PY4BAW.
Euler Marcos Zonzim, PY4EMZ (Antônio Carlos).
Nery Rettore (Antônio Carlos-“in-memorian”).
Aprendi com todos e agradeço imensamente...”.
ADMIRAÇÃO PELA RÁDIO BARBACENA
João Ricardo enfatiza que, guarda um bom número de recordações e saudades do radialista Marinho Luiz da Rocha que, com sua maleta, transmitia as missas da Matriz da Piedade. Ou do Osmarino Eustáquio Coelho, o “Bolinha”, demonstrando como operar as antigas mesas de som, cartucheiras e toca discos.
“... Lá se foi nossa boa RB. E os transmissores e antenas das rádios. Que coisa linda.
Ficava horas a admirar tanta beleza técnica. A fascinação é a mesma hoje e, não fosse a invasão da informática, mais lindo ainda seria.
A gente entra num estúdio da maioria das rádios e, pasmem, o que vemos?
Um microfone, um teclado e um monitor de vídeo. Quanta pobreza. Até os transmissores, os moderninhos, se tornaram anões. Somente as torres e antenas é que ainda não foram decapitadas. Mas não há problema.
O Rádio em si, de meu tempo de guri, ainda traz a mesma paixão e admiração por seu poderio técnico e de mídia. Afinal de contas, a base da eletrônica e das telecomunicações, essa sim, será eterna. Isso não será ceifado... ”.
RÁDIOS SUCESSO E CORREIO DA SERRA
“... Gostei muito, em novembro de 1985, quando da entrava no ar da A.B.C. Rádio e Televisão Ltda Sucesso FM. Visitava-a com muita freqüência, gostava da programação. Os bons tempos já se foram.
A Correio da Serra me impressionava pelas coisas antigas. Uma das melhores emissoras do interior de Minas. Identifica-se, com o nosso cotidiano e bons programas são apresentados. Sempre fui muito bem recebido em todas elas, aprendi muitas coisas com seus colaboradores e agradeço àqueles que me deram oportunidades dos velhos sonhos de guri...”.
O RÁDIO, ESSE VELHO DESCONHECIDO
João Ricardo recorda que, “... quando surgiram as primeiras emissões de TV, lá pelo início da década de 1950, surgiu uma onda de promessas, ecoadas de todos os cantos, proclamando o fim da era Rádio.
Este por sua vez, ignorando o poderio televisivo e as tais promessas, permaneceu lá, sublime, singular, poderoso. Anos de liderança do Rádio, vieram as transmissões em cores da mesma TV.
O Rádio nem tomou ciência; com o advento das emissões via satélite das televisões; a febre das videotecas, TV’s por assinatura e até mesmo, quem diria, a grandiosa rede mundial de computadores, a filhinha Internet e pasmem, o século XXI com os adventos da TV Digital; da implantação do Telefone Social; do programa de inclusão digital da Internet voltado à área rural, escolas e comunidades carentes e a democratização dos meios de comunicação através da estimulação e da ampliação das rádios comunitárias em todo o país, e quem continua imbatível! Mais uma vez ele, o velho e bom Rádio.
Por falar na filhinha das telecomunicações, a Internet, alguns sites, vendo que realmente o Rádio não perderia seu espaço trazem aos navegadores, rádios on-line nas suas páginas. Sim o mesmo Rádio que continua firme...”.
João Bergamini faz questão de lembrar que o Rádio é uma coisa muito interessante e até mesmo misteriosa. “... a gente estuda, trabalha e conhece um pouquinho do assunto, porém quando paramos para ouvir uma emissora lá do Vaticano, por exemplo, a paixão é a mesma de meus tempos de moleque.
Ah, e por falar em Rádio Vaticano, ela foi a primeira emissora do mundo a levar ao ar a notícia sobre a morte do Papa João Paulo II.
Claro que ela se encontra dentro de Roma, mas mesmo assim vemos o poder do rádio frente à rede de computadores, canais via satélite e outras mídias por aí afora...”.
UM POUCO DA HISTÓRIA DAS TELECOMUNICAÇÕES
Bergamini argumenta que, “... se hoje você recebe e envia fotos por aparelhos telefônicos celulares; assisti boas ou más notícias da Europa; conecta-se a uma página dos EUA, ou mesmo ouve sua emissora de rádio preferida, isso é tão comum que já não causa estranheza alguma, a ninguém, nem mesmo as crianças, digamos de uns cinco anos de idade, que já possuem seus incríveis (para não dizer assustadores, pelo tamanho e pela emissão de radiação prejudicial) aparelhinhos de celular.
Os mais antigos, aproveitando a carona dos netos, migram para essas novas tecnologias.
Tudo isso é possível, pois, anos e anos atrás, os nossos cientistas e físicos estudavam e descobriram as maravilhas que hoje passam despercebidas...”.
Lembro que “... foram através de experiências, estudos e realizações de vários cientistas do século XIX, que hoje é possível dispor de nossos brinquedinhos modernos de comunicações. Todos esses físicos e estudiosos contribuíram, de maneira decisiva, para a evolução das telecomunicações...”.
ROBERTO LANDELL DE MOURA
João Ricardo Bergamini enfatiza que na história das Telecomunicações, um lugar de honra pertencente a um brasileiro considerado o precursor da radiodifusão e patrono dos radioamadores brasileiros, o padre cientista porto-alegrense Roberto Landell de Moura.
Autor das primeiras experiências de radiodifusão no Brasil realizadas em 1892, em Campinas, SP, onde utilizando uma válvula amplificadora, de sua invenção e fabricação, com três eletrodos, transmitiu e recebeu a palavra humana através do espaço!
Portanto, três anos antes do surgimento do físico italiano Guglielmo Marconi inventor da telegrafia sem fio. Também conhecido como o pai do Rádio.
Landell de Moura requereu e obteve três patentes de invenção, nos EUA, a saber: 1.: Transmissor de onda. 2.: Telefonia sem fio. 3.: Telegrafia sem fio.
Roberto Landell de Moura, nasceu em Porto Alegre, R.G. do Sul, em 21 de janeiro de 1861. Faleceu, em 30 de julho de 1928, em Porto Alegre, aos 67 anos de idade.
FONTE
João Ricardo Bergamini.
Depoimento em novembro 2004.
Foto: Central Radioamadora. Acervo de João Ricardo Bergamini.
“Roberto Landell de Moura”.
Parte-Texto: Anuário do Ministério das Comunicações. Ano:1984. Brasília/DF.
AGRADECIMENTO
À equipe do Ministério das Comunicações. Ministro: Hélio Costa.
Brasília/DF. Brasília: 30.10.2005. www.mc.gov.br
PRÓXIMA POSTAGEM
José Carlos de Souza.
Rádios BarbacenaAM e Correio da Serra AM.
Notável personalidade
Há 3 dias
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