PADRE SYMPHRÔNIO AUGUSTO DE CASTRO

Nasceu a 26 de julho de 1881, em Barbacena na Praça Pedro Teixeira.

Cursou o primário na escola particular da professora Lydia Ferreira de Castro, prosseguindo o no Colégio Leyre Ramos, que funcionava no prédio que mais tarde foi de propriedade e residência de Pedro Massena e tempos depois, sede do 9º B.C.M. na Praça D. Silvério, ao lado da Igreja do Rosário.

Terminou este curso em 1891, iniciando o estudo de humanidades no Colégio Gonçalves.
Muito pequeno, sua mãe, Maria Christina Piedade de Castro o levava diariamente à Missa na Matriz da Piedade, onde funcionava como coroinha.

Em 1893, se transfere para Mariana, levado pelo Bispo, D. Antônio Benevides, onde cursa humanidades e teologia.

Já iniciado na clericatura em 1902, passa a lecionar português no Colégio Caraça.

Terminado o curso do seminário de Mariana e tendo se ordenado padre, a 24 de janeiro de 1904, com 23 anos incompletos, Pe. Symphrônio de Castro regressou à Barbacena, onde começou a exercer as funções do seu sacerdócio, impondo-se, desde logo, pelas manifestações de sua inteligência.

Conquistou o justo renome de grande orador sacro pelas magníficas pregações e admiráveis sermões.

A sua estréia no púlpito de Barbacena foi o Sermão do Encontro, na festa dos Passos, em março de 1902.

Não era ele, ainda, sacerdote, mas, em tratamento de saúde, se encontrava em Barbacena, na Semana Santa daquele ano. O então Vigário Padre Antônio Carlos pediu ao arcebispo D. Silvério Gomes Pimenta licença especial para Symphrônio Augusto de Castro pregar nessa ocasião.

Capelão da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, o padre Symphrônio de Castro foi o primeiro a ser investido oficialmente nessa capelania.

Symphrônio prestou, como sacerdote, graciosamente, seus serviços religiosos ao Asilo de Órfãos, durante 43 anos, abrindo mão de qualquer benesse, em favor dos cofres desse instituto de caridade.

Foi, também, Provedor da Santa Casa de Misericórdia, no ano de 1923.

Padre Symphrônio tem, na existência leiga, o mesmo brilho da sua vida religiosa.
Ele fulgurou no magistério como lente de Lógica do Internato do Ginásio Mineiro, cátedra que ocupou desde que para ela nomeado a 4 de outubro de 1910, empossando-se e entrando no exercício dela a 11 do referido mês.

Essa cadeira passou a ser, pela lei estadual nº 657, de 11 de setembro de 1915, de História da Filosofia, Psicologia e Lógica.

A 5 de março de 1926, foi designado, por ato do Secretário do Interior do Governo de Minas, para reger, no referido Ginásio, a cadeira de Instrução Moral e Cívica e Filosofia.

Em 20 de julho de 1927, foi designado para substituir, no Ginásio Mineiro, o professor de Latim, sendo-lhe confiada, por portaria de 29 de março de 1928, do Secretário do Interior de Minas, a regência da primeira cadeira de Português do curso do mesmo estabelecimento, nela permanecendo até 31 de julho de 1930.

Tendo sido eleito deputado à Constituinte Mineira de 1935, o padre Symphrônio de Castro foi obrigado a interromper as funções de magistério, às quais regressou, em 1936, sendo, a 1º de dezembro desse ano, removido, a pedido, para a segunda cadeira de Português do Internato do Ginásio Mineiro, que ocupou até 11 de agosto de 1937, quando teve de exercer o mandato de deputado à Assembléia Legislativa Estadual de Minas Gerais.

A 4 de julho de 1941, foi aposentado como professor do Internato do Ginásio Mineiro, quando se achava no exercício da segunda cadeira de português.

Padre Symphrônio de Castro, além de orador sacro e político, foi ainda, conferencista e escritor.

O seu trabalho sobre a irmã Paula Boisseau, evocando a figura dessa santa filha de São Vicente de Paulo, é mais do que uma jóia literária, é verdadeiro mimo.

Ainda, aos 89 anos de idade, em 1970, atendendo aos pedidos da Prefeitura Municipal de Barbacena, escreveu o opúsculo: “Padre Mestre Correia de Almeida” (150º Aniversário) um valioso ponto de informações sobre a vida do imortal vate satírico barbacenense.

Rádio Barbacena
Nessa sua vasta produção na imprensa barbacenense, inclui-se a sua valorosa colaboração pelos editoriais dos jornais falados da ZYL 8 Rádio Barbacena.

Na emissora, apoiado pelos amigos Nadyr Manoel da Silveira, Walmick Campos, Paulo Jorge Barbosa, Benedito Fernandes Carlos e José Francisco dos Reis Fortes “Pingo” suas matérias eram destaques e consideradas como prioridades absolutas.

Padre Symphrônio, também recebia o apoio do amigo inseparável Monsenhor Mário Quintão, precursor em 1948, na Rádio Barbacena, da “Prece da Ave Maria” programa líder em audiência no horário vespertino da emissora.

Ficou memorável na imprensa local uma polêmica, em 1921, que Symphrônio de Castro manteve a respeito da Santa Casa, fundada pela família Armondes.

Sustentou padre Symphrônio que, a autoridade eclesiástica tinha o direito de intervir nas cousas administrativas daquele estabelecimento de caridade, mas era contestado por advogados que denegavam tal direito.

A polêmica, que foi elevada e agitou a opinião pública barbacenense, passou da imprensa aos tribunais, havendo conquistado o Padre Symphrônio Augusto de Castro, que era prestigiado por D. Silvério Gomes Pimenta, então Bispo de Mariana, brilhante vitória no Juízo local, confirmada, em recurso, pelo Tribunal de Relação.

Nas solenidades da Semana Santa em Barbacena, os fiéis exigiam o Pe. Symphrônio para proferir o Sermão das Sete Palavras do Senhor. A tradição era um encantamento aos olhos e ouvidos do povo.

Em 1957, aos 75 anos, o orador sacro, notável pelo seu conhecimento teológico, proferiu o Sermão sobre as derradeiras palavras de Jesus. Completava mais de 50 anos nesse mister.

A cerimônia fora transmitida pela Rádio Inconfidência de Belo Horizonte, para toda as Minas Gerais, além da Rádio Barbacena, do interior da Igreja Matriz de N. Sra. da Piedade.

Padre Symphrônio Augusto de Castro faleceu, aos 91 anos, no dia 15 de junho de 1973 e foi sepultado no Cemitério da Boa Morte.

FONTE
Antônio Carlos de Albuquerque.
Economista, professor, pesquisador e autor do livro “Vida e Obra de Pe. Symphrônio Augusto de Castro-Último Sermão das Sete Palavras do Senhor em 1957” Editora: O Lutador/1991.
Maria Leite de Castro Coutinho, dona “Totoca”.
Jornalista e Secretária do Clube das Companheiras Serra-Distrito 104 Barbacena.
Revista: Xª Convenção Nacional dos Serra Clubes do Brasil/VII Congresso Sacerdotal Brasileiro. Reportagem:
1º Encontro Nacional das Companheiras Serra-Barbacena Julho/1981.
Edição Composta e impressa pelas Monjas Beneditinas Mosteiro da Santa Cruz. Juiz de Fora, MG.
Júlio Franco de Paula. Pesquisador-Acervo particular.
Depoimentos (vários) ao longo de agosto de 2005.

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Pedro Mendes Gurgel “Pedrão”.
Rádio Sucesso FM.