domingo, 12 de setembro de 2010

JAIRO CESAR ATTADEMO

Nascido no Rio de Janeiro, capital em 25 de agosto de 1961.

Filho de Jairo Barbosa Attademo e Francisca Maria Cimino Attademo.

Radialista, jornalista e advogado.

Iniciou a sua carreira em 1977, aos 16 anos de idade na Rádio Barbacena, amparado por Barbosa Silva, Mauro Nascimento Filho e Osmarino Estáquio Coelho.

Supervisionado por Nadyr da Silveira editor do Jornal da Boa Vizinhança, deu os seus primeiros passos no jornalismo.

Na Rádio Barbacena, apresentou os programas “Vale a pena ouvir de novo” e “Máximas da semana”.

Atuou, por um tempo, no jornal Cidade de Barbacena.

Tempos depois se transferiu para a Rádio Correio da Serra, onde apresentou o programa jornalístico “Panorama” e “Música para milhões”.

Paralelamente às atividades radiofônicas trabalhou no serviço de sonorização Amplisound empresa, localizada em Barbacena. Também foi funcionário da Rádio Sociedade AM de Juiz de Fora.

Recebeu o convite do jornalista Hélio Costa para ajudá-lo a montar a sua emissora de FM.

Dirigiu por três anos, o jornalismo da Rádio Sucesso, além de colaborar com o setor artístico da emissora com a produção do programa de humor do carnaval “O Que Eu Vou Dizer Em Casa”.

Em 2005, atendo a uma solicitação do projeto – Radiodifusão, Jairo César escreveu sobre a sua trajetória no rádio e, principalmente, sobre a sua passagem pela Rádio Sucesso FM. Vamos ao texto cujo título é “O Rádio, O Sonho e Eu”.

O Rádio, O Sonho e Eu.
[...No final de 1982, trabalhando no jornal da Cidade de Barbacena, recebi o convite do Hélio Costa para ajudá-lo a montar a sua emissora de FM.

Lembro-me que entre minhas crônicas na Imprensa, eu pedia aos políticos locais e de forma indireta aos empresários que se mobilizassem e colocassem uma FM no ar em Barbacena, pois os jovens e demais pessoas da cidade mereciam e precisavam de uma opção moderna e diferente de rádio, um som melhor, estéreo, e as rádios locais não tinham essa proposta.

Apenas disputavam, desde sei lá quando, o único canal disponível de FM que havia para a cidade. O governo não liberava o canal pra ninguém.

Há anos o processo se encontrava travado no antigo DENTEL. É que não se queria desagradar a ninguém.

De um lado disputava o grupo Bias Fortes, da Rádio Barbacena. De outro, o grupo Andradas, da Rádio Correio da Serra. Correndo por fora, disputava o Hélio Costa, ainda na TV Globo.

O governo não se decidia, pois ambas as famílias de políticos locais, adversários na política municipal e regional, apoiavam o governo na esfera federal. Ambas as famílias eram ARENA, que se dividia em duas facções apenas na disputa eleitoral local. Resultado: nada de canal nem para uma, nem para outra.

Até que na eleição de Tancredo Neves, a família Bias Fortes assumiu uma posição contrária aos interesses do governo, apoiando Tancredo, que era MDB, depois PMDB.

Nesse momento, apenas uma família na política local ficou do lado do governo, os Andrada. E ganharam o tão esperado e demorado e cansado e envelhecido processo no DENTEL. A rádio poderia ser montada.

Os Andrada, então, na impossibilidade de colocarem uma FM no ar, naquela época, finas de 1984 começo de 85, indicaram Hélio Costa, que recebeu de bom grado o canal e nos convidou a ajudá-lo. Foi isso.

Como todos sabem, Tancredo venceu as eleições indiretas no Congresso e só não foi presidente por ter morrido antes.

Seu vice, José Sarney, assumiu e colocou no Ministério das Comunicações o baiano ACM, que suspendeu todas as concessões de rádio dadas no apagar das luzes do antigo governo.

Isso incluía a nossa FM Sucesso, que ficou suspensa por quase um ano, sem poder faturar, sem poder contratar, sem poder fazer coisa alguma.

Todas as facções da cidade se envolveram na luta pela liberação do canal. Era um canal muito democrático, afinal.

Todo o mundo o queria: o povo, nós os trabalhadores do rádio, o prefeito do PMDB (o falecido Lídio Nusca) o pessoal da oposição local, na pessoa do professor Toninho Andrada, que correu abaixo-assinado e tudo.

Não havia quem não quisesse a rádio, que afinal foi liberada em novembro de 85 e foi para o ar.

Lembro-me que choramos feito bobões, eu e vários que trabalhávamos ali fazendo simulações e organizando as coisas durante um ano sem ter a certeza se a emissora sairia.

Ficamos ali, esperando as notícias que o Hélio ia buscar em Brasília em suas incontáveis audiências com o Presidente Sarney e tudo. Nós mesmos o levamos algumas vezes ao aeroporto de Confins para embarcar pra Brasília.

Quando fui a Belo Horizonte buscar o certificado de liberação da rádio, vistoriada e aprovada afinal, voltei de ônibus e ouvi, pela primeira vez, alguma coisa diferente no ar que não era aquela seqüência de música sem parar, apenas o que tínhamos permissão de fazer então.

Pude ouvir a locução, os telefonemas, a alegria dos locutores, a festa que o Zé Rubens fazia com o Kemil, Pedrão, Mário Júnior, Fernando, Rogério Varandas. Tudo no ar, todo mundo falando, uma festa, uma alegria.

E eu ali, dentro do ônibus, emoção pura, coração disparado, sensação de ter prestado um serviço histórico a Barbacena e tantas cidades vizinhas que a FM Sucesso cobriria.

E que festa foi a inauguração, deu revista Veja e tudo. Presença de autoridades de Brasília, prefeitáveis, colunáveis, empresários, muita gente. Acho que ainda tenho algumas fotos.

A pequena casa do DEMAE, no alto da caixa d’água no morro da Tijuca, ficou mesmo muito pequena pra tanta gente. Aliás, era pequena para os 25 funcionários da emissora.

Lembro-me bem, Rogério Varandas e Dario no departamento comercial, Seu Zezinho (irmão do Hélio) e Rosa na administração, Zé Rubens na direção artística, eu no jornalismo e na vice-direção artística, logo substituído nessa vice-direção pelo companheiro Rogério Barbosa que se juntou a nós vindo da Rádio Barbacena.

Na locução, tínhamos um time inicial composto pelo Pedrão, Kemil, Fernando, Walmir Leporatti (que deixaram a rádio pouco tempo depois), Antônio Duarte, Mário Júnior e Zé Rubens de Albuquerque.

Logo depois se juntaram a Carlinha (que saiu rapidamente também) o Pena (que também não ficou muito tempo, mas criou algumas coisas interessantes), o Rogério Barbosa, o Silvio Freitas.

Na discoteca, sempre contamos com o Manoel Antônio, figura famosa e carimbada pelo grande conhecimento de música. Na técnica de som, tivemos o Toinzinho, lá até hoje, e o Victor Vicency.

No jornalismo trabalhei com o Gê Menezes, o Rogério Varandas e depois se juntou a nós o Cristovam Abranches ex-diretor da Rádio Barbacena, que passou a fazer jornalismo ali e alguma assessoria política ao Hélio, que começava sua campanha para deputado federal, eleito que foi em 86 com 115 mil votos por Minas Gerais.

Ali, comigo, no jornalismo, também tive a honra e a alegria de conviver e trabalhar com a Mônica Coelho, filha do saudoso Roberto Coelho, advogado. Mônica ficou algum tempo, passamos alguns perrengues juntos, enfrentamos estrada para cobrirmos política e tudo.

Nesse ínterim, acabei deixando a Rádio, três anos e muita emoção depois do início de tudo.

Ficaram algumas coisas que deixei ali; as retrospectivas do ano, estimuladas pelo Hélio Costa (mais que estimuladas, exigidas...) e, o programa de humor do carnaval O QUE QUE EU VOU DIZER EM CASA.

Enfim, os momentos vividos por mim no rádio desde quando comecei em 1977, na Rádio Barbacena, depois na Rádio Correio da Serra, na Rádio Sociedade de Juiz de Fora e na FM Sucesso, foram tão intensos que, um dia, sem dúvida, se Deus me der vida, quero encerrá-los atrás de um microfone ou em cima de um palanque ou um palco. Assim morreria sonhando, como vivo toda a minha vida...].

Hoje, fora do rádio, Jairo César se encontra residindo em São Paulo exercendo a função de consultor para uma empresa multinacional de treinamento para áreas farmacêuticas e de consumo.

Jairo César Attademo uma das maiores expressões que a radiodifusão de Barbacena já conheceu.

Um homem humilde no trato.
Simples e fácil de conviver, caridoso e sensível.

FONTE
Jairo César Attademo.
Depoimento em outubro de 2005.

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Maria de Fátima Ferreira.
Rádios Correio da Serra AM e Barbacena AM.

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