quinta-feira, 20 de maio de 2010

TARCISIO FIRMINO DOS SANTOS

Filho de Antenor Firmino dos Santos e Nair Laura dos Santos.
Radialista, ator, promotor de eventos.
Bacharel em Direito.

Nos documentos oficiais está registrado: Tarcisio Firmino dos Santos, natural de Barbacena, onde nasceu em 5 de novembro de 1960.

Nos meios jornalísticos, porém, ele é Tarcisio Santos, que em 1977, despontou na radio Correio da Serra como um brilhante comunicador.

Obteve o seu primeiro registro profissional em setembro de 1979.

Tarcísio Santos, recorda que deu os seus primeiros passos na Correio da Serra AM.
“Iniciei na Correio através de um concurso para locutores. Não conhecia ninguém da rádio na época. Eu tinha meus 17 anos, gostava de ouvir rádio, e quando criança, com meus 6 anos, já ouvia o Nelson Silva “Batatinha” com seu programa sertanejo. Nunca poderia imaginar que alguns anos depois estaria ao seu lado, aprendendo o que faço até hoje, com o personagem "Zé Rural". Procurei trabalho na rádio porque havia perdido meus pais, precisava trabalhar para poder continuar estudando. Foi na Correio da Serra que comecei meu aprendizado”.

Tempos depois se transferiu para o Sistema de Rádio Globo Minas, em Belo Horizonte, onde apresentou os programas Placar Globo e Globo Girando com a Notícia. Retornou a Barbacena, onde por curto período trabalhou na Rádio Barbacena.
“Na Rádio Barbacena iniciei meus trabalhos através de contatos com os amigos da rádio, entre eles, o diretor, Sergio Malta uma vez que me encontrava em Belo Horizonte, na Globo Minas. Com o falecimento de Barbosa Silva, e com um grande desejo de voltar para minha querida cidade, fui muito bem recebido por todos na Rádio Barbacena. Em 1989, fui contratado pela A.B.C. Rádio e Televisão Ltda (Sucesso FM) onde estou até hoje”.

Conhecido pelo seu talento, Tarcisio Santos virou o “Zé Rural” personagem fictício, criado por ele que fincou raízes definitivas na história da comunicação da região inteira. Suas interpretações como o “Zé Rural” não passam da ironia ou do humorismo (com dosagens certas) e sempre sem maldade.

O humorismo sempre foi o traço fundamental de sua personalidade artística. Fazer rir, eis a marca mais presente da sua longa caminhada no radio e no teatro. Durante vinte anos, soube com o seu profissionalismo levar ao riso o seu público ouvinte e a gente da sua terra. Toca até hoje o seu horário de 06:00h às 08:00h da manhã através da rádio Sucesso FM.

Talvez seja a personalização dos seus antecessores João Pereira da Silva “Nhô Praxedes” (Fazenda da Fuzarca), Raimundo de Ávila “Nhô Fidêncio” (Canta Sertão), Lucas Augusto da Silva Caldas “Sô Quincas” (Alvorada na Roça e Sitio da Cana Brava), Nélson Silva “Batatinha” (Manhã Sertaneja), Armando Santiago (Canta Sertão/segunda fase), Paulo Affonso Alves “Cachoeira” (Rancho dos Violeiros).

Radialistas de bom-humor que fizeram a história entre as décadas de 40 a 70 das rádios Correio da Serra e Barbacena. Amigos irreverentes e zombeteiros, que se misturavam a prosa, o verso e a forma brejeira do bom rádio. A exemplo do que testemunhamos hoje com o “Zé Rural”. Quem sabe!.

Como nasceu o ZÉ Rural ?
Em plena campanha para a prefeitura de Barbacena, quando o Hélio Costa apoiava o médico Elói Câmara. Durante um encontro na sala de reuniões da rádio Sucesso FM, com a participação de Tarcísio dos Santos, José Rubens de Albuquerque e Jairo César Attademo. De repente, Tarcísio faz a famosa voz de caipira que o consagrou, brincando. Hélio gostou muito da brincadeira, sugeriu que um personagem ruralístico fosse incorporado à campanha do Dr. Elói Dutra Câmara e deu-lhe o nome de Zé Rural. Nos comícios foi um sucesso. Dr. Elói não ganhou a eleição, mas o Tarcísio ganhou um personagem que está no ar até hoje.

Tarcisio Santos também se enveredou pelos caminhos da notoriedade no teatro e na televisão, sendo dirigido e redigido, por vários artistas.
“No teatro, iniciei no grupo barbacenense Ponto de Partida, com participações em muitos trabalhos e oficinas teatrais. Participei de algumas montagens como no musical "Vinícius de Moraes em prosa e verso". Lembro-me que na época, eu cursava "Letras" na Fundação Presidente Antonio Carlos. Também fiz: "Contrastes", a poética de Chico Buarque e "Se essa Rua fosse minha". Viajamos muito com essas peças, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais. Em Belo Horizonte cursei teatro no "T.U" da UFMG, onde tive a oportunidade, após o curso, de realizar avaliações que culminaram com o meu Registro de Ator Profissional. Nos vários laboratórios que trabalhei, sempre gostei de representar o nosso "homem do campo", o "caipira". Agora, estou tendo a oportunidade e a hora de representá-los através do rádio com o personagem - Zé Rural”.

Tarcísio participou de alguns trabalhos na televisão. Ele recorda das experiências adquiridas no SBT, Manchete e Globo.
“Participei de alguns trabalhos no SBT. Me lembro do programa “Arrumação” contracenando com Saulo Laranjeiras, Nerso da Capitinga e muitos outros. Na extinta Rede Manchete, do "Programa de Domingo" ao lado de Nerson da Capitinga, onde eu interpretava "Gervásio" o primo do Nerso da Capitinga. Na Globo participei do programa "Amigos e Amigos", um programa sertanejo com Chitãozinho e Chororó, Zezé de Camargo Luciano. Fui convidado para participar da Escolinha do Professor Raymundo, com Chico Anysio, onde intrepretei o personagem "Seu Nair", um mineiro bem curioso e alegre, (bem parecido com o Zé Rural, embora um pouco mais tímido). Permaneci neste programa por mais ou menos dois anos. Hoje, ainda participo do show de Nerso da Capitinga, interpretando o seu primo "Gervásio". Nerso é um grande companheiro, extremamente talendoso. Trabalhei com muitos atores, Chico Anysio, Yara Janra, Agnaldo Rayol, Anquito, Cazaré, Telma Reston, Nerso da Capitinga, Tom Cavalcante, todo o elenco da Escolinha do Prof. Raymundo. Muitos cantores, principalmente da música sertaneja no programa "Amigos e Amigos", entre eles Chitãozinho e Chororó, Zezé de Camargo e Luciano, Sérgio Reis, Roberta Miranda, Ana Maria Braga, Xuxa, Gugu, Saulo Laranjeiras.
Tenho um sonho a ser realizado. Fazer um filme com o nosso universo rural, junto com Nerso da Capitinga e outros mais. Planejo também concluir uma montagem de um show de humor. Rogério para finalizar, o que mais me faz feliz é poder até hoje, 30 anos depois, dizer que se fosse para voltar o tempo, faria tudo de novo, com o mesmo carinho, e com as mesmas amizades que colhi nestes bons anos. Agradeço a Deus essa impar oportunidade de ter emprestado minha voz, meu trabalho e minha dedicação pra levar aos meus irmãos um pouco de alegria, comunicação, entretenimento e, principalmente, e com todo respeito, as orações que me acompanham nestes anos de rádio. Meus amigos, principalmente você Rogério, são testemunhas de tudo aquilo que fiz até hoje, com o objetivo de preservar o nosso rádio, que sempre viverá. Para mim o rádio jamais morrerá”.

Tarcisio a partir de setembro de 2009, passou a colaborar com o Portal de Noticias Barbacenaonline assinando a coluna “Pílulas do Zé Rural – seu remédio contra o mau-humor”.

Tarcisio Firmino dos Santos é um exemplo a ser seguido pelos seus companheiros do rádio. Uma figura especial. Bom, honesto, generoso e incapaz de semear inimigos ou simplesmente desafetos.

FONTE
>A História da A.B.C. Rádio e Televisão Ltda - Sucesso FM.
Acervo particular. Ano: 1989. Rogério Varandas.
>Tarcisio Firmino dos Santos.
Depoimento em setembro de 2009.
>Como Nasceu o Zé Rural ?.
Colaboração especial do jornalista Jairo César Attademo.
>Portal de Notícias Barbacenaonline.

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Reginaldo Gomes.
Rádio Correio da Serra.

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