domingo, 2 de maio de 2010

MARCUS VINÍCIUS MOREIRA PAES

Marcus Vinícius Moreira Paes.
Nascido em 29 de setembro de 1934.
Natural da cidade de Antônio Carlos, MG.
Filho de Raul Moreira Paes e Corina Moreira Paes.

COM A PALAVRA, MARCUS VINÍCIUS.
“Inicie meus trabalhos na Rádio Barbacena, em 1962, convidado pelo saudoso radialista Barbosa Silva. Recordo-me, que foi num jogo noturno no Estádio de Santa Teresa, campo do Olympic, se não me falha a memória – Olympic x América do Rio de Janeiro, partida amistosa. Pouco a pouco fui me firmando, até ocupar a direção do Departamento de Esportes da emissora. Tive o prazer de trabalhar, com uma equipe de primeira categoria, formada por José Antônio Lopes, Carlos Fernando, Odécio Reis, Luiz Raimundo Canuto Chaves “Fominha”, Rui Fernandes, Ernane Silva, Geraldo Faria, João Francisco Costa, Ary Lopes, Armando Santiago, José Maria Beraldo Rigotti, Adauto Ayres Machado, José Fernandes Paraíso, Rogério Varandas, Netuno Nézio, além dos operadores de som Nilo Milagres, Paulo Alves Affonso “Cachoeira” e Olinto Moreira de Faria. Supervisão técnica e operacional do professor Marinho Luiz da Rocha. Trabalhávamos com muito sacrifício. Passamos com bravura pelos campeonatos da Liga de Juiz de Fora, Zona das Vertentes. Deixamos a nossa marca registrada no Campeonato Mineiro, acompanhando o Vila do Carmo.”

MOMENTO MAIOR
“Nosso momento maior se deu quando da transmissão da inauguração do Estádio Magalhães Pinto “Mineirão”, no dia 5 de setembro de 1965, quando eu e companheiros, recebemos emocionados, a medalha comemorativa do evento “Governador Magalhães Pinto”. Uma das melhores partidas por nós transmitidas, foi a final do campeonato carioca de 1963 - Flamengo x Fluminense no Estádio Mário Filho “Maracanã”, com um público aproximadamente de 110 mil pessoas. O Flamengo foi campeão no empate de 0 x 0. Me recordo que fiz o jogo ao lado do companheiro Carlos Fernando, totalmente ilhados, localizados atrás das cabines de rádio, em cima de dois engradados de cerveja, pois, não havia a menor possibilidade de trabalharmos em outro local. Já pensaram no drama? Nilo Milagres e Marinho Luiz da Rocha fizeram os trabalhos técnicos com José Antônio Lopes, no trabalho de pista. Bons momentos aqueles e a consciência do dever desempenhado. Ter trabalhado na Rádio Barbacena foi para mim algo de muito especial.”

MARCUS VINÍCIUS COMO NARRADOR
Como narrador informou, divertiu e, claro fez o ouvinte sonhar. Sonhos os mais variados, retratando toda a magia do futebol existe à época em Barbacena (décadas de 60 a 80) aproveitando as performances do Vila do Carmo, do Andaraí, do América, e Olympic!. Suas narrações iam atreladas em cima do lance e a sua maneira de colocar no ar o (gooooool!) era emocionante. Acompanhava a bola no duro, em cima. Vivia o momento, a magia do rádio, a presença dos torcedores, a garra dos jogadores. Enfim, esbanjava alegria e estilo. Essa manipulação do imaginário através do microfone foi, o segredo de Marcus Vinícius. Do outro lado, o ouvinte preso as suas narrações continuava exatamente onde estava quando do início da transmissão. Onde estivesse imaginando-se no estádio. E, no dia seguinte, ia ele, cidade afora a comentar os sonhos esportivos narrados por Marcus Vinícius.

PONTO DE PARTICULARIDADE
Como a grande maioria, pelo menos naqueles tempos, o grande sonho de todos era tentar a sorte no tripé máximo do rádio esportivo Belo Horizonte/São Paulo/Rio, territórios de atuação das grandes feras como Alberto Rodrigues, Jairo Anatólio Lima, Roberto Habras, Jorge Curi, Rebelo Júnior, Waldir Amaral, Antônio Cordeiro, Geraldo José de Almeida, Orlando Batista, Oduvaldo Cozzi e outros mais. Marcus optou por ficar em Barbacena. Aqui, ficou a vontade batendo bola com Rosenil, Danton, Pexinha, Russinho, Mauro Bahia, Gersy, Altair, Gato, Tião, Hercules, Oswaldinho, Turene, Delvaux, Cassetete, Wilson Batista, Newton Santos, Bandeirinha, Mosquito, Mariozinho, José Antônio Laguardia e muitos outros atletas que sabiam dar tratos à bola. Esse foi um ponto de particularidade de Marcus Vinícius uma das estrelas maiores da Rádio Barbacena.

MINHA HOMENAGEM
Marcus contribuiu de forma direta para a minha formação como radialista. Por suas mãos fui levado para a Rádio Barbacena. E lá fui eu, assustado com as perspectivas do primeiro emprego. Isso aconteceu em 01 de julho de 1971, no alto dos meus 19 anos de idade. Dele, recebi as minhas primeiras orientações como repórter de campo cobrindo os treinamentos dos clubes da cidade Vila do Carmo, Andaraí, América e Olympic.
Marcus continua sendo uma pessoa capaz de compreender seus semelhantes e livre em todas as suas ações. Coerente, viu no jornalismo esportivo uma forma de desenvolver qualidades muito mais do que transmitir ordens ou informações. Um radialista sensível, no exercício da profissão, na família, na sociedade. Foi um narrador responsável e, quando necessário, combateu com serenidade o clubismo exacerbado, os falsos mitos. Agradecido, reconheço Marcus Vinícius Moreira Paes o “Tio Marcus” como um dos primeiros da turma. Foi uma honra ter trabalhado com ele. [Rogério Varandas]

PONTO FINAL
Independente das suas funções na Rádio Barbacena trabalhou na Agência da Caixa Econômica Federal de Barbacena exercendo vários cargos, incluindo o de Gerente Administrativo.
Marcus Vinícius Moreira Paes hoje, aposentado, residindo em Barbacena, segue desenhando de forma harmônica sua rota de vida.

FONTES
Marcus Vinícius Moreira Paes.
Depoimento em 12.08.2008.
José Antônio Laguardia.
Depoimento em 06.02.2009.
Lucia Helena Russo Paes.
Colaboração especial.

PRÓXIMA POSTAGEM
Nilcea Prenassi. Rádio Barbacena AM.

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