terça-feira, 18 de maio de 2010

ILKA CAVACA BONAPARTE "Ilka Machado"

Nascida em Barbacena, aos 22 de outubro de 1931.
Filha de Napoleão Bonaparte e Isabel Cavaca Bonaparte.

Ilka Cavaca Bonaparte mais conhecida como Ilka Machado, perdeu a sua progenitora ao nascer. Daí passou aos cuidados de seus tios, Arminda Cavaca da Cruz Machado e Mário Brandão da Cruz Machado.
Ilka traduzindo um preito de gratidão ao casal que a criou, adotou na arte o sobrenome Machado.

Desde garota, Ilka já dava mostras do seu potencial artístico, exibindo-se em festivais e teatrinhos infantis, promovidos pela Rádio Barbacena, onde se salientava pela beleza de sua voz.

De início, apresentou-se em público, cantando em solenidades de casamentos, em saraus familiares e recitais beneficentes, assim como, nas missas domingueiras, no Coro da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade.

Depois passou a exibir-se algumas vezes no programa “Rádio Atrações L 8” esporadicamente fazendo dupla com Walmick Campos, na interpretação de musicas de Vicente Celestino, tais como “Coração Materno”, “Patativa” e “Porta Aberta” entre outras.

Ilka Machado obteve tanto sucesso cantando pela Rádio Barbacena que, foi contratada pelo Banco Financial da Produção S/A passando a apresentar-se em três audições semanais, nos estúdios da emissora, sob o patrocínio exclusivo do Banco Financial.
Nesses recitais de “música fina” Ilka Machado fazia-se acompanhar pela pianista barbacenense Neyde Gonçalves.

Daí para cá, se tornou conhecida em várias regiões de Minas e do Brasil em busca de novos triunfos que, depois de alcançados, a levaram a conhecer de perto o reconhecimento da empresa Phillips que através dos seus dirigentes, contemplaram-na com uma “Bolsa de Estudos” para aperfeiçoar seus estudos de canto, no Velho Mundo.
E assim, dentro de certo tempo, Ilka estava na Alemanha, onde em Munich, seus sonhos se tornaram realidade.

Na Europa, Ilka Machado fez várias apresentações e, cantou muito bem, como era do seu feitio. Deliciou, especialmente, com suas maneiras distintas e modestas, com sua graça esfuziante e, sobretudo, com sua voz maravilhosa e impecável de artista já consagrada, as platéias da Alemanha.
Nada pode definir melhor seu dom de cantora de classe do que os noticiários das gazetas alemãs, que fazem justiça, mas não fazem favores a quem quer que seja e muito menos a uma estrangeira.

Ilka Machado cantou oito óperas de fôlego em teatros europeus, para um público exigente e entendido, merecendo elogios de críticos alemães, sem qualquer sombra de protecionismo.

Sua passagem pela Europa foi mais do que o suficiente para imortalizá-la como cantora lírica. Todas as pessoas principalmente, os críticos alemães que assistiram as suas apresentações, foram unânimes em exaltar a absoluta perfeição com que ela interpretou clássicos nacionais e estrangeiros.

Tinha discernimento próprio e se projetou na carreira artística amparada por um temperamento essencialmente bondoso. Ao longo da vida se tornou amiga de seus irmãos barbacenenses.

Foi homenageada em crônica de Álvaro Coutinho, publicada no jornal Correio da Serra de 7/3/1959, intitulada “Ilka Machado”.
Texto/crônica: “Você venceu, Ilka, e venceu plenamente, porque tem talento, tem vocação e tem o dom maravilhoso que Deus lhe deu: uma voz privilegiada. Não foi sem razão que alguém já a cognominou de [rouxinol moreno das alterosas], nos róseos tempos de sua mocidade em flor. E, nós que nada tínhamos para oferecer-lhe, demos o que pudemos: quentes aplausos, flores e beijos fraternos. A arte não tem pátria... Canta, Ilka, e, cantando, espalha por toda à parte, se a tanto lhe ajudar engenho e arte, as glórias do nosso querido Brasil”.

Um particular muito interessante é saber que o setor artístico da Rádio Barbacena, abriu o caminho do sucesso a várias figuras, hoje famosas em nosso país e no estrangeiro. Entre os nomes projetados pela emissora, encontramos Ilka Cavaca Bonaparte “Ilka Machado”.

FONTE
Antônio Gelli. Repórter. Revista “O Lince”. Ano:48
Números: 1.310/1.311. Abril-Maio: 1959. Juiz de Fora. MG.
José Theodorico de Paula. Radialista, advogado autor.
“Os Primeiros Tempos da ZYL-8 Rádio Barbacena”. Janeiro/1976.
José Francisco dos Reis Fortes “Pingo”.
Depoimento em abril de 2005.

PRÓXIMA POSTAGEM
Hederson Paes Varandas.
Rádio Barbacena.

Nenhum comentário:

Postar um comentário