terça-feira, 24 de agosto de 2010

VICENTE DE PAULO BARBOSA DA SILVA

Barbosa Silva.
Nascido em Barbacena em 4 de junho de 1932.
Filho de Carlos Luiz da Silva e Maria José Barbosa.

Iniciou-se na Rádio Barbacena, administrada pela Organização Alceu Nunes da Fonseca & Cia. Ltda “Radinterior” com sede no Rio de Janeiro, de propriedade do empresário Alceu Nunes da Fonseca.

Foi levado para a emissora em meados de 1949, pelo seu tio e radialista João Pereira da Silva “Nhô Praxedes” pioneiro da locução esportiva da emissora.

Muitos colegas tiveram em Barbosa Silva, a imagem de um verdadeiro guia, respirando um rádio de verdade, informativo, sério e alegre.

Teve ainda uma rápida passagem pela Rádio Correio da Serra.

Barbosa fez de tudo no rádio.
Não usava roteiros e para apresentar seus programas, bastava uma anotação de referência sobre o tema a ser desenvolvido.

Seu poder criativo era o seu maior aliado. Uma pessoa serena e de coração aberto sempre disposto a ajudar, principalmente, os mais humildes.

Participou de toda a grade de programação da Rádio Barbacena.
Foi locutor esportivo, comentarista, apresentador de resenhas esportivas, locutor noticiarista, animador de auditório e repórter.

Era apaixonado pelo Flamengo, torcedor fanático e treinador do Olympic Clube. Comandou durante vários anos o “Programascope” produzido pelo companheiro Nadyr da Silveira.

Barbosa foi sempre uma pessoa sensível, e por ter um coração especial, se transformou num grande artista.

Foi o responsável pela performance das várias aberturas oficiais do Carnaval, promovendo ao lado dos companheiros da RB, a apresentação do Rei Momo, Rainha e Princesas, as “batalhas de confete” e o congraçamento dos blocos e das agremiações carnavalescas.

Com carinho, comandava um bom número de repórteres, numa cobertura jornalística não só voltada ao carnaval local, mas também das cidades de Carandaí, Barroso e São João Del Rei.

Na área jornalística comandou o programa “Flagrantes”.

Com o passar dos tempos, a facção Bias Fortes, proprietária da Rádio Barbacena, resolve por bem, lançar o nome de Barbosa Silva ao cargo de vereador.

Em depoimento do jornalista Márcio Bertola concedido a este articulista em setembro de 2003, Barbosa Silva, sempre foi um político de centro:

[... Prezado Rogério Varandas... Barbosa Silva nunca se voltou para a ultra-direita e jamais se aproximou da esquerda, foi ideologicamente um homem de centro, porque assim, somente assim, conseguia fazer política, sem fanatismo, sem prejudicar a quem quer que seja...]

Márcio enfatizou que, Barbosa, como político foi um pacifista: [...o Barbosa convivia com elegância com seus adversários, sem jamais deixar de fazer as defesas necessárias aos líderes de sua tendência partidária. Foi eleito com grande maioria dos votos por duas vezes. As urnas sempre consagraram Barbosa Silva...]

Barbacena deve a Barbosa Silva grande parte da história do rádio.
O seu prestigio se tornou reconhecido a nível nacional.

Um homem que dividiu tudo o que teve, morreu pobre financeiramente, porque não sabia negar, não conviveu com a palavra “não”.

Não seria absolutamente um exagero, afirmar que Barbosa Silva foi o maior benfeitor de nossa imprensa. Foi uma figura singular.

Sabemos que existem pessoas que vieram a este plano de vida para servir, e não para serem servidas. Barbosa era uma delas.

Barbosa Silva vitima de infarto, deixou-nos no dia 29 de junho de 1986, aos 54 anos de idade, assistindo os Trapalhões, em sua residência.
Segundo editorial do jornal Cidade de Barbacena, edição de 05 de julho de 1986, Barbacena se cobriu de luto. Trecho do editorial:

[...com a morte do radialista Barbosa Silva, perdem os comunicadores, os jornalistas, que viam em Barbosa Silva um mestre sempre a dar lições apreendidas ao longo de uma vasta vivência na imprensa; e perde a classe política, que ocorria sempre ao experiente conselheiro em busca de respostas e soluções para eventuais dúvidas. Perdem os pobres, os humildes, que viam em Barbosa Silva uma espécie de protetor. Perde toda a cidade, já habituada, por tantos anos, a ouvir seu extraordinário programa de rádio...]

MINHA HOMENAGEM
Convivi com Barbosa Silva ao longo dos anos 70 na Rádio Barbacena.
Foi um dos primeiros amigos que fiz na emissora, quando lá cheguei no dia 21 de junho de 1971, levado pelas mãos do radialista Marcus Vinicius Moreira Paes.

Ainda guardo na memória alguns de seus momentos desprendidos e irreverentes ao microfone da nossa Rádio Barbacena localizada na época no Edifício da Associação Comercial, centro.

Carinhosamente, chamava-o de o “pai da matéria” numa constatação de que ele pertencia a um seleto grupo de ases de uma geração de radiojornalistas.

E assim os dias foram passando: eu aprendendo e ele gostando do meu trabalho.

Barbosa me recebeu em seu programa Fragrantes como fazia com todo mundo... de braços abertos.

Vicente de Paulo Barbosa da Silva flamenguista (como eu), barbacenense, apaixonado pelo seu Olympic Clube (do qual foi treinador).

Um dia, desgastado, pelos percalços radiofônicos e políticos deixou Barbacena órfã, sem voz.

Calou-se em 1986, num ano em que Barbacena viu partir entre outros, o líder político José Bonifácio Lafayette de Andrada, o padre José Alvim Barroso, o médico Newton Fonseca e o professor José Mendes de Vasconcelos Júnior.

Hoje, certifico-me da exata noção de que minha aproximação de Barbosa Silva contribuiu para o meu crescimento profissional. [Rogério Varandas].

FRASES
“Seu nome continua vivo na memória de cada barbacenense e, principalmente, de cada colega de rádio. Um exemplo que deve ser seguido, por cada radialista, principalmente, pelos que estão iniciando suas carreiras”. (Um companheiro da Rádio Barbacena).

“Barbosa Silva foi um amigo exemplar e um homem que sempre esteve ao lado dos pobres”. (Líder político Chrispim Jaccques Bias Fortes).

“A imprensa perde um de seus maiores expoentes. Quem será agora o porta-voz desta cidade?”. (Radialista, Jairo César Attademo, da Rádio Sucesso FM).

Barbosa soube preservar o valor da radiofonia, principalmente neste momento em que os homens da comunicação, muitas vezes, vêm se expressando mal”. (Presidente da Associação Barbacenense de Imprensa e Rádio – ABIR, Marinho Luiz da Rocha).

FONTE
Acervo:Walter Moller. Radialista e radiojornalista. Junho/2005.
Acervo: “Radiodifusão – a história das emissoras de rádio de Barbacena”. Junho/2005. Autor, Projeto e Pesquisa: Rogério Varandas. Radialista.
Acervo: “Os Primeiros Tempos da Emissora – ZYL 8 Rádio Barbacena”. Janeiro/1976. Autor: José Theodorico de Paula. Radialista e advogado.
Acervo: Michelli Barbosa. Portal Barbacenaonline. Outubro/2006.
Acervo: Jornal Cidade de Barbacena. Edição: 05. 07. Ano: l986.
Acervo: Jornal Cidade de Barbacena. Coluna: “Mídia” do jornalista Márcio Bertola. Edição: 05.07. Ano: l986.

PRÓXIMA POSTAGEM
Odecio Reis.
Rádio Barbacena AM.

Nenhum comentário:

Postar um comentário