Rogério e amigos do projeto Radiodifusão,
Sou natural de São Lourenço, MG, onde nasci em 11 de fevereiro de 1936.
Sou filha de Eustachio de Castro e Ambrozina Augusta Nogueira.
Nome artístico: “Marise Castro”.
Meu primeiro contato com o Rádio foi na cidade de Juiz de Fora, MG.
Ouvindo a Rádio Industrial, tomei conhecimento que estavam precisando de pessoas para fazer testes para locutores, atores e atrizes; para completarem o elenco do radioteatro da emissora. Então eu me candidatei.
Fui apresentada ao grande radioator e diretor de ensaio, Nathalio Luz.
Fui aprovada e apresentada ao elenco da Industrial, á época, formado por Raimundo de Oliveira, produtor e escritor; Wilka de Oliveira, atriz, esposa de Randal de Oliveira, pianista do Raffas Clube; Sérgio Mendes, locutor; Vera Lúcia, atriz; Waldecy, ator; Fernando Carlos, produtor de novelas e peças teatrais, e também Sebastião Elvécio, esse era pau para toda obra e muitos outros.
Fui morar em Juiz de Fora em 1958, pois meu marido era servidor público do Ministério da Aeronáutica, sendo sempre transferido, ora para uma cidade, ora para outra. Em 1963, trocamos Juiz de Fora por São Paulo.
Nós não tínhamos parada fixa, éramos como ciganos.
Mas ele tinha que cumprir ordens; rodamos muito por esse nosso Brasil afora.
E nesse espaço de tempo minha curiosidade pelo rádio e televisão se aguçou novamente.
Em São Paulo, já havia a televisão. Através de amigos e alguns conhecidos, acabei encontrando a TV-SÃO PAULO, Canal 4, localizada à Rua das Palmeiras, nº 22, hoje, atual TV GLOBO de São Paulo.
Como estavam precisando de “Extras”, hoje em dia “Coadjuvantes”, me apresentei ao diretor de ensaio de tele-teatro, Renan Alves.
Fizeram minha carteirinha com foto e tudo o mais. Então começou minha batalha perambulando pelos estúdios. Fazia ponta aqui, outra ali; eram poucas que tinham falas e daí por diante. Fui batalhando a procura de melhores oportunidades.
Contracenei com Heloisa Mafalda, Tilde Serato, Maximira Figueró ou (Figueredo) e outros mais que não me lembro no momento. Fiquei conhecendo o ator e produtor Walter Avancini, conheci também a Hebe Camargo (no tempo das vacas magras). Ela apresentava um programa de calouros (cantores), patrocinado pela Cera Cristal.
Conheci o Silvio Santos, com aquele programa “Roda Pião”, mas o pião era muito esquisito, parecia ser feito de madeira, tosco e feio. Ele lutava pela audiência. A equipe dele andava pelo comércio angariando prêmios para o auditório. Eu mesma cheguei a assistir a um programa, mas era tudo muito simples.
Fiquei conhecendo o saudoso Manoel de Nóbrega, na “Praça da Alegria” que hoje em dia se chama “A Praça é Nossa”. Um dia o Golias e o Carlos Alberto de Nóbrega estavam ensaiando um quadro para apresentarem na Praça da Alegria, mas faltava um personagem do sexo feminino, então me convidaram para fazer parte, mas eu não achei um pingo de graça no personagem e não aceitei. O Carlos Alberto ficou até meio constrangido. Ele era muito educado, tratava todo mundo muito bem, não descriminava ninguém.
Conheci vários atores, atrizes, cantores, cantoras.
Jair Rodrigues, Simone e outros mais. Todos lutando pelo seu espaço.
Quando a gente ensaiava as peças era pra valer, pois não havia vídeo-tape. Era no tempo em que o mocinho matava mais de dez bandidos com a munição apenas de seis balas no tambor de um revólver.
Saí do Canal 4 um tanto quanto decepcionada.
Arranjei um convite na extinta TV Excelsior. Fui falar com o nosso diretor Renan Alves, ele pediu a minha carteira, rasgou e me entregou apenas minha fotografia. Deu-me vontade de dar um chute na canela dele, pra não dizer outro lugar.
Nesse mundo tudo passa... Só ficaram as lembranças!
Então nesse espaço de tempo, estávamos sendo transferidos novamente para Minas Gerais, cidade das Rosas “Barbacena”, onde estou até hoje.
Nessa época começou para mim mais uma etapa no meio das artes.
Como sempre gostei muito de ouvir músicas e notícias pelas rádios, principalmente notícias da cidade. Comecei a ouvir a Rádio Barbacena, a pioneira da zona da mata.
Eles estavam levando ao ar, o programa “Teatro de Sonhos”, aos sábados às dezesseis horas, e como eu ainda não tinha muito conhecimento com o povo da cidade, fui direto na emissora e me apresentei com alguns scripts nas mãos. Para falar a verdade não me lembro com quem falei só que me levaram até o locutor e ator Sérgio Fernandes.
Lembro que ele se entusiasmava com as peças por ele apresentadas; como ele trabalhava com carinho, com amor, e se dedicava de corpo e alma por tudo que fazia, principalmente com o radioteatro; ele amava a Rádio Barbacena.
Fui me entrosando aos poucos, com todos os integrantes da RB: Nadir da Silveira, grande nome, redigia o jornal falado, escrevia peças e outras coisas mais, tudo passava pelas suas mãos. O rádio para ele era como se fosse um sacerdócio, fazia sol ou chuva lá estava ele como um mastro de um navio a comandar. Eu o admirava muito por isso, carinho, esse amor que ele tinha pela Rádio Barbacena. Ele foi um grande pioneiro como radialista.
Adauto Machado, locutor, mas que grande voz, profissional mesmo.
José Francisco Beraldo Rigotti, também integrava o elenco.
Carlos Alberto Gonçalves Júnior, o Tostão.
Barbosa Silva, ótimo companheiro de luta pelo crescimento da ZYL 8.
Vera Lúcia Gonçalves, secretaria e atriz, até hoje somos amigas.
Luiz Lúcio de Almeida, locutor, repórter e tempos depois Vereador da Câmara Municipal de Barbacena.
Orlando Luiz da Silva, cooperador em tudo que dizia respeito à Rádio.
Cristovam Abranches famoso e bem atualizado no mundo das artes em Barbacena.
Rogério Barbosa, também batalhador e o Osmarino Eustáquio Coelho, o Bolinha.
Conheço também o Sérgio Malta, o atual diretor da Rádio Barbacena, hoje, parceira do Sistema Globo de Rádio.
A Rádio Barbacena teve e tem até hoje grandes radialistas, profissionais mesmo, atores, locutores, jornalistas e diretores. Todos cresceram e crescem com a Rádio Barbacena – A Pioneira das Vertentes.
Acho que se eu tivesse me esforçado mais um pouco, talvez eu pudesse ter sido uma boa atriz, mas eu não levei muito a sério esse lado profissional.
Bem Rogério, o que tenho a dizer a você é isso aí.
Escrevi tanto, mas parece que não escrevi nem a metade. Falei e não disse nada.
A família cresceu, os filhos se formaram e seguiram seus caminhos, meu esposo faleceu, mas continuamos na luta com a graça do Criador do Universo.
A todos vocês muita sorte, saúde e felicidade.
Lutem mesmo pelo idealismo de todos e pelo crescimento da nossa querida Rádio Barbacena.
Deixo aqui, o meu reconhecimento a você Rogério Varandas, pela oportunidade de estar contribuindo em parte com a história da Rádio Barbacena.
Abraços a todos “Marise Castro”.
FONTE
Maria José de Castro Luiz “Marise Castro”
Depoimento em outubro de 2005.
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Manuel Carvalho Caldas.
Rádio Correio da Serra AM.
Notável personalidade
Há 2 dias
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