Mário Quintão nasceu na cidade de Rio Pomba no dia 22 de maio de 1902.
Filho de Pedro Vieira Quintão e Maria das Dores da Conceição.
Completou seus primeiros estudos em Barbacena, ingressando-se depois, no Seminário de Mariana, ordenando-se Sacerdote a 30 de novembro de 1928.
Iniciou, em Barbacena, seus ministérios sacerdotais, em trabalho de colaboração com Monsenhor Francisco Lopes de Araújo, na então única Paróquia da Piedade, constituindo-se em auxiliar do Vigário além da prestação de serviços, na mesma ocasião, a Sant’Ana dos Montes.
Monsenhor Quintão, obteve grande projeção durante a revolução de 1930, graças ao seu trabalho de assistência eclesiástica junto aos jovens militares, que se concentraram em Barbacena. Após a revolução, foi nomeado Vigário de Tabuleiro, durante cinco anos.
De Tabuleiro foi enviado para Itabira. Em 1943 se transfere para São João Del Rei. Em 1947, é transferido pelo Arcebispo de Mariana, Dom Helvécio Gomes de Oliveira, para a Capelania do Colégio Imaculada Conceição de Barbacena.
A 6 de janeiro de 1949, com o falecimento de Pe. José da Silveira Lobo, Monsenhor Quintão é nomeado pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Piedade, onde durante 18 anos, exerceu seus ministérios sacerdotais. Criou novos departamentos de trabalho na Igreja e instituiu novas irmandades, a fim de atingir com mais facilidade, determinadas classes. Ficou na lembrança de todo seu carinho para com a Irmandade de Santa Zita, a protetora das domésticas. A Obra dos Tabernáculos, ainda florescente em nossos dias.
Na suas atividades com Pároco da Piedade, recebeu o título de Cônego, degrau que o conduziria a outro mais alto, dentro de alguns anos. Enfermo, exonerou-se do vicariato, sendo em 1967, nomeado 1º Reitor da Igreja da Boa Morte, recebendo o encargo de Vigário Forâneo. Na Igreja da Boa Morte, galgou mais um degrau, sendo condecorado com o título de Monsenhor.
Pioneiro da idéia de emancipação financeira da Igreja de Barbacena assumiu a responsabilidade da construção das lojas do adro na antiga Rodoviária, para auferir renda para a manutenção da Matriz. Não compreendido por algumas pessoas, sua iniciativa suscitou injustos ataques, sendo cruelmente ferido em sua dignidade. Apesar de insultado, o seu trabalho ficou para o bem da Igreja.
Empreendeu na Boa Morte, trabalhos monumentais com o acabamento da Igreja construindo os salões laterais, instalando num deles a Capela de Nossa Senhora Aparecida e a Capela Mortuária.
Introduziu em Barbacena nova devoção com tantos servos genuflexos em sua Capela: Nossa Senhora da Cabeça, por providência da senhora Déa Arlete Sad Savassi que doou a imagem. Considerando os poucos recursos da Boa Morte, procurou aumentar a sua renda. Assim sendo, quando fundou a Obra dos Tabernáculos, ao fazer a sua instalação no local da antiga Gruta de Lourdes, mandou construir a mesma, frente à Praça Soares Ferreira. Desta forma, atraindo as pessoas para a meditação e a prece, encaminharia as dádivas generosas para a compra de velas e óleo para a iluminação do Santíssimo.
Não é de se estranhar, que ao fundar o órgão de imprensa da Igreja da Boa Morte, o denominasse com o nome sugestivo de ABELHA. E através das colunas do jornal, com sua sensibilidade humana, linguagem escorreita e fluida, atingia certo o objetivo: todos os leitores compreendiam seus artigos e saboreavam sua catequese.
Não podemos deixar de mencionar, com o destaque que o assunto requer, o entusiasmo com que fundou o Serra Clube. Como primeiro Assistente Eclesiástico do Clube, deu ênfase e força, coragem e dinamismo, incentivando e trazendo muitos adeptos, num trabalho incessante, até o final de sua vida. Pela sua dedicação à causa das vocações sacerdotais, foi fundada a 1ª Bolsa de Estudos com o nome de Monsenhor Mário Quintão.
PRECE DA “AVE-MARIA”
Graças a sua afinidade com a imprensa escrita e falada de Barbacena, se tornou o grande responsável pela produção e apresentação por longo período através da ZYL 8 Rádio Barbacena [1948/1949] da “Ave-Maria”.
É, portanto, considerado o precursor do horário religioso na emissora.
Sua vida foi toda fosforescente; esfuziante como dos espíritos luminosos. Amou Barbacena como sua própria terra. Desejou morrer celebrando; e quase que isso aconteceu, pois expirou poucos momentos antes de seu horário de ir para a igreja celebrar, no dia 5 de novembro de 1975. Ao noticiar seu falecimento, a edição do jornal da Voz da Padroeira nº 153 disse: “Como Reitor da Igreja da Boa Morte, tombou com altivez, com serenidade, em pleno exercício de suas funções”.
FONTE
>Maria José Pereira Senra.
Depoimento em setembro de 2005.
>Antônio Teixeira Chaves Filho. [In-Memorian].
Presidente Serra Clube de Barbacena. Distrito 104-MG.
>Administração e funcionários da Revista “Serra Clube de Barbacena.
“Xª Convenção Nacional dos Serra Clubes do Brasil/VII Congresso Sacerdotal Brasileiro Iº Encontro Nacional das Companheiras Serra. Barbacena-Julho de 1981”.
Edição composta e impressa pelas Monjas Beneditinas Mosteiro da Santa Cruz. Juiz de Fora. MG.
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José Raymundo de Faria.
Rádios Barbacena AM e Correio da Serra AM.
Notável personalidade
Há 2 dias
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